(1926 – 2003)
O Dr. Tomaz Duarte Júnior nasceu na vila da Madalena, ilha do Pico, aos 21 de Junho de 1926 e faleceu no dia 12 de Agosto de 2003 em Ponta Delgada, S. Miguel. Era filho de Tomaz Garcia Duarte e de Albertina Ferreira da Silva Duarte.
Muito cedo Tomaz Duarte revelou-se acérrimo defensor dos valores da sua terra. Foi investigador histórico, amante da natureza e do belo, jornalista e escritor de pena escorreita que fixava no papel as mais curiosas particularidades da História do Pico, com profundidade e exactidão, numa escrupulosa revelação de mistérios que só ele conseguia desvendar com a sua paciência, astúcia e persistente determinação, frutos do amor que o prendiam aos lugares onde nasceu e viveu grande parte da sua vida. Era particularmente intransigente quanto à preservação de tudo o que ao património dizia respeito: arquitectura, artes, paisagem natural e edificada, etc..
Tomaz Duarte Jr. fez o Curso Geral dos Liceus na Horta e o Curso Complementar em Ponta Delgada. Frequentou a Faculdade de Medicina em Lisboa. Na Horta integrou a direcção da antiga Casa Bensaúde onde desempenhou vários cargos de relevo. Foi director executivo da SATA e fundador da Caixa Sindical da Horta, bem como da AÇORTUR de cuja assembleia geral foi presidente. Foi também dirigente de várias agremiações culturais, sindicais e desportivas, entre as quais se contam o Núcleo Cultural da Horta, Sindicato dos Empregados de Escritório e Caixeiros do Distrito da Horta, Sociedade Amor da Pátria, Fayal Sport Club, etc.
Tomaz Duarte Jr. foi procurador da Junta Geral do Distrito Autónomo da Horta e Vogal da respectiva comissão executiva.
Já em idade avançada, frequentou a Universidade dos Açores, tendo, em 1979 e 1984 respectivamente, obtido as licenciaturas em Administração e Contabilidade e Organização e Gestão de Empresas.
Politicamente, desempenhou os cargos de Secretário Regional dos Transportes e Turismo e deputado à Assembleia Legislativa Regional, tendo dado importantes contributos e tomado decisões imperiosas no que respeita à criação de infra-estruturas portuárias e aeroportuárias, bem como no fomento do turismo regional. De salientar a sua acção empenhada na criação das empresas Transinsular e Transmaçor.
Tomaz Duarte Jr. foi, ainda, o mentor e impulsionador de várias organizações e movimentos de carácter sócio-cultural, turístico e patrimonial, como o “Triângulo Insular”, ideia percursora da Associação de Municípios do Triângulo, Festas das Vindimas, Museu do Vinho, Círculo de Amigos da Ilha do Pico, Paisagem Protegida da Vinha com vista à sua classificação pela UNESCO, preservação dos maroiços…Empenhou-se particularmente na fundação da SITURPICO e na edificação do primeiro hotel na Madalena, etc.
Autor de inúmeros trabalhos, palestras e conferências e de diversos registos históricos que se podem encontrar em publicações como o Boletim do Núcleo Cultural da Horta, jornais “Bom Combate”, do qual foi fundador, e “Correio da Horta”, Tomaz Duarte Jr. escreveu diversos livros: “S. Mateus, Cinco Séculos Depois” (1982), “Nasceu Para Ser Grande” (1984), “A Horta em Meados do Século XIX” e “Criação Velha, Paróquia e Freguesia em 1799 (1999), “O Concelho da Madalena, Subsídios” (1999), “A Matriz da Madalena e Três dos Seus Padres” (2000), “O Culto do Divino Espírito Santo” (2001), “O Vinho do Pico” (2001), “Dr. Prudêncio da Silva” (2002).
Sabemos que o Dr. Tomaz Duarte Jr., aquando do seu falecimento, tinha entre mãos novas publicações e guardava na sua mente futuros projectos para edições de natureza histórico-patrimonial que só ele conhecia.
Como incansável e oportuno investigador histórico, podemos dizer que Tomaz Duarte Jr. foi rigorosamente escrupuloso e fiel às fontes, juntando às revelações escritas que empreendeu uma linguagem primorosa e um cunho particularmente literário, invulgar nos investigadores históricos, que cativa qualquer leitor mais exigente ou menos propenso às coisas da História.
Nota: Este trabalho de investigação foi-nos enviado por ALBINO TERRA GARCIA, Bandeiras – Pico, nosso estimado colaborador.